domingo, 14 de dezembro de 2014

#QLQRUA: O feijão

feijão
O cheiro invade a sala, vem da cozinha. Lá a mulher transforma a cebola em pequenos e finos pedacinhos. Depois ela faz isso com dois dentes graúdos de alho. A panela de pressão apita. Ela segue picando os ingredientes.

Em rodelas finas ela transforma a linguiça calabresa e em tiras o bacon. O pimentão verde vira rodelinhas e as três folhas de louro são lavadas. O tempo passa...

Trinta minutos depois o companheiro do arroz fica cozido, mas ainda não pronto.

Óleo vai para a panela e esquenta. A mulher acrescenta a cebola. O aroma se espalha pela casa. Fica douradinha e agora é a vez do alho. Vai sofrer uma fritadinha a linguiça e o bacon. Com cebola, alho, bacon e linguiça no ponto lá vai o senhor perfumado invadir a panela.

Lá aquele alimento rico em vitaminas ferve para que seu caldo engrosse. Ganha as rodelas de pimentão, as folhas de louro, o sal. A mulher mexe a panela, abaixa o fogo. Tampa e espera.

Pronto!

O cheirinho da água na boca das pessoas que estão na casa (e nos vizinhos também).  Já na mesa, o feijão vai para os prato acompanhar o arroz, a salada e a carne. Para a alegria de todos.

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Leia as demais crônicas da série Em qualquer rua.

#QLQRUA: Pausa de dois sábados, mas no domingo terá crônica

Tu deves ter notado que não postei nenhuma crônica da série #QLQRUA e certamente pensou: "de novo ela parou". Pois bem, eu digo que não. Eu não parei, apenas me desorganizei.

As duas primeiras semanas de dezembro foram bem cheias. Como novembro não acabou lá muito organizado, tudo teve que ser resolvido no começo deste mês. Foi uma faz pauta dali, reportagem de cá, arruma isso, aquilo. No sábado retrasado participei da I PASCOM (comunicação das paróquias da Igreja Católica). Neste sábado passado foi I Seminário sobre linguagem na comunicação na cobertura esportiva de rádio e televisão. Além disso, tive um chá de panela e um chá de fralda para ir.


Para ajudar fique gripada. Atrapalhou tudo. Precisei cancelar produção de pautas, pois fiquei sem voz. Outras consegui fazer. Mas isso não possibilitou que eu conseguisse deixar pronta uma crônica para hoje. Fiquei bem chateada com a situação. Tanto que neste domingo terá Em qualquer rua. =)

Espero que compreenda e tenha paciência comigo. Afinal ainda quero chegar as 70 crônicas.

Obrigada!

Abraço forte.

domingo, 30 de novembro de 2014

QLQRUA: Na sala de bate-papo, Mário busca sexo e preencher um vazio

Imagem da internet
O nível de carência das pessoas anda alta. Talvez seja as famílias menores, talvez a solidão, ou simplesmente a casa cheia de gente, mas só isso. Miguel sente-se só. Não namora, tem vergonha, acha que não é capaz de chegar em uma garota. Foi infeliz em um namoro e pensa que jamais poderá amar novamente. Tem poucos amigos e encontrou na internet companhias, muitas que ele nem viu o rosto.

Se acha feio, está em cima do peso, não é gordo, porém se acha o homem mais gigante do mundo. Está triste, não depressivo, não representa isso socialmente. é uma angustia que vive sozinho, em seu interior.

Trancado no quarto ele entra em uma sala de bate-papo, daquelas que foram muito famosas no começo do século XXI e que caíram no esquecimento com o desenvolvimento das Redes Sociais. Nestas salas ele encontra parceiros para um sexo casual e online. Prefere apenas meninas, mas um travesti, por que não? Ele pensou em experimentar, isso não ia transformá-lo em gay, era uma certeza. Abre a webcam e convida algumas pessoas da sala, escolhe uma apenas.

Mais tarde busca outra sala, com cerca de 40 participantes, menor que a outra sala que tinha cerca de 200. Essa a temática era viagens de turismo. Começou a conversa, pediu o skipe, avisou que morava em outro país. Neste tinha um flerte mais casual, contudo o objetivo era o mesmo. Sexo virtual mais tarde. Neste talvez poderia mostrar o rosto e não só parte do corpo. Neste, quem sabe, fazer uma amiga disposta a ouvi-lo e conversar.

Como Mário muitas outras pessoas procuram o sexo sem contato, apenas através de imagens e palavras, muitos buscam nestas salas virtuais apenas alguém para conversar. Sim, existe os pedófilos. Existem menores de idade que entram nas salas, mas sempre que revelam suas idades são denunciados. Entre as conversas públicas que geram entre oi, olá e demais cumprimentos meninas divulgam seus sites pornôs, algumas aproveitam para oferecer descontos e promoções.

Mário encontra uma pessoa, tem um papo cabeça. Mas acabou... Amanhã ele voltará de novo. Quem sabe não encontra alguém para acabar com aquele vazio.

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Mário é um nome fictício de duas pessoas que costumam visitar salas de bate-papo em busca de sexo virtual e de alguém para conversar.

Leia as demais crônicas da série Em qualquer rua.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Justiça para todos?

No futebol há justiça para todos? Não! Ora, você deve estar pensando agora, o que ela quer dizer com isso? Hoje, 27 de novembro, mais uma vez o Corinthians foi absolvido, neste caso a escalação irregular no caso Petros. A Federação Paulista (FPF) assumiu o erro e o time foi considerado inocente. No julgamento no STJD foram considerados culpados os denunciados (juntamente com o clube) a FPF e a CBF.

Caso tivesse sido punido o Corinthians perderia três pontos no Brasileirão, série A, mexeria um pouco na tabela de classificação e talvez impossibilitasse que o time paulista não participasse da Libertadores. Isso não vem ao caso. A escalação de Petros ocorreu no jogo contra o Coritiba, em 3 de agosto. O atleta tinha contrato com o Coxa até o dia 1º daquele mês. No dia 2 ele assinou com o Corinthians, mas como não ocorrem registros aos finais de semana o vínculo do jogador com o clube seria válido a partir da segunda-feira, dia 4. Porém, no dia 1º o nome  já constava no BID que o jogador era do Corinthians e por isso a Federação e CBF foram também denunciadas no STJD.

Antes que me julguem, explico, eu não estou perseguindo os corintianos. Apenas quero mostrar os fatos de que a justiça no quesito futebol, tal como acontece socialmente, não é justa para todo mundo. Os mais atingidos acabam por ser os menores clubes. Apenas ilustrarei alguns casos que foram divulgados pela imprensa nos últimos anos. Saliento que os casos de perda de pontos são por diferentes motivos. Depois de ler tire suas próprias conclusões.

América perde 21 pontos e vai para a lanterna da série B

Em 15 de setembro de 2014 o América foi a julgamento e perdeu 21 pontos na Série B o que acabou ocasionando a ida do time para a lanterna da competição. A decisão ocorreu na Primeira Comissão Disciplinar do STJD. O clube foi penalizado pela escalação irregular do lateral-esquedo Eduardo em quatro jogos. Além da perda dos pontos, o time foi multado em R$ 4 mil. Os auditores, quatro dos cinco votantes, entenderam que o América desrespeitou os os artigos 49 da RGC (Regulamento Geral das Competições da CBF) e o 214 do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), que impedem que um jogador atue em mais de duas equipes na mesma temporada. Eduardo havia jogado pela Portuguesa também pelo Brasileirão, e no São Bernardo, pela Copa do Brasil.

http://www.superesportes.com.br/app/1,8/2014/09/15/noticia_america_mg,293232/america-e-condenado-por-escalacao-irregular-de-lateral-eduardo-e-perde-21-pontos-na-serie-b.shtml

Grêmio Prudente perde 3 pontos por escalar zagueiro

No dia 22 de junho de 2010 o Grêmio Prudente perdeu três pontos ao escalar irregularmente o zagueiro Paulão, em partida em maio contra o Flamengo. O time também teve que pagar uma multa de R$ 1 mil. A equipe recorreu.

http://esportes.estadao.com.br/noticias/geral,prudente-perde-3-pontos-por-escalacao-irregular-imp-,570704

River perde quatro pontos na Série D

O River -PI foi punido no dia 18 de setembro de 2014, pelo STJD, em virtude da escalação irregular de George Michel na partida, válida pelo Brasileiro série D, contra o Moto Clube, em agosto. O clube também recebeu multa de R$ 1 mil.

De acordo com o artigo 2014 do CBJD o atleta não pode participar de mais duas equipes em uma temporada. Michel havia atuado em quatro jogos da Copa do Brasil pelo Potiguar, e em um pela CRB/AL na Série C. A defesa do River contou a decisão e disse que a direção do time procurou a CBF, através da Federação, para verificar a situação do atleta e a informação era de que ele estava apto para atuar.

http://180graus.com/piaui-esportes/river-perde-quatro-pontos-por-escalar-atleta-irregular-na-serie-d

Na série A, Criciúma perdeu três pontos

No dia 10 de junho desta ano recorrente o Criciúma perdeu três pontos ao ser julgado pelo STJD. A equipe foi punida por escalar o atacante Cristiano no jogo contra o Goiás na segunda rodada do Campeonato Brasileiro, série A. Cristiano estava irregular por ter sido expulso e suspenso por cinco jogos quando atuava no Naviraiense em jogo na Copa do Brasil.

http://www.fogaonet.com/semcategoria/criciuma-perde-3-pontos-no-tapetao-por-escalacao-irregular-bota-ganha-posicao/

Villa Nova escala irregularmente atleta e perde 14 pontos

O Villa Nova, de Minas Gerais, foi julgado em setembro deste ano e perdeu 14 pontos na Série D do Brasileirão por escalar irregularmente o atacante Tiago Azulão. Assim como ocorreu com Criciúma e o River, a equipe escalou Tiago, após ele ter jogado em nesta mesma temporada pelo Tombense, no Campeonato Mineiro, e pelo CRB, no Campeonato Brasileiro série C. A defesa do clube salientou que o erro foi cometido pela CBF que regularizou o jogador e o liberou para atuar.

http://www.otempo.com.br/superfc/no-stjd-villa-nova-perde-14-pontos-na-s%C3%A9rie-d-por-escala%C3%A7%C3%A3o-irregular-1.917579

Foz Futebol Clube ficou de fora de campeonato estadual

Em 2011, o Foz Futebol Clube perdeu seis pontos por escalação irregular do lateral Alisson em partida contra o Sport/Campo Mourão. O atleta não poderia ter jogado por ter que cumprir suspensão automática por ter tomado em jogo três amarelos. O julgamento foi pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD - PR). Com a perda dos prontos a equipe foi eliminada e não participou da fase decisiva do Campeonato Paranaense da 2ª Divisão.

http://www.futebolparanaense.net/not.php?id=13249

Repetiu erro: Portuguesa perde três pontos no sub-20

Depois de escalar em 2013 o meia Héverton, de forma irregular, e acabar indo parar na série B, a Portuguesa repetiu o erro só que com a equipe de base. O clube escalou Caique em partida contra o Atlético-MG, pela Copa do Brasil Sub-20. A Portuguesa também recebeu multa de R$ 1 mil.

A penalidade aconteceu porque o jogador atou sem ter um contrato registrado da Delegacia Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo, descumprindo assim o Regulamento Geral das Competições 2014. O clube alega que o erro foi da FPF, que registrou o atleta na entidade local em abril de 2014, porém não fez junto à CBF.

http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2014/10/22/de-novo-lusa-perde-pontos-por-escalacao-irregular-agora-na-copa-br-sub-20.htm

Cruzeiro de Porto Alegre invicto, mas quase rebaixado no Gauchão

Em fevereiro de 2012, em pleno Gauchão, o Cruzeiro de Porto Alegre estava invicto e era um dos líderes do campeonato, mas quase foi rebaixado para a Série B, após perder seis pontos em julgamento no TJD. A penalização ocorreu porque o time escalou o atacante Jo irregularmente.

http://zh.clicrbs.com.br/rs/esportes/gauchao/noticia/2012/02/cruzeiro-perde-seis-pontos-pela-escalacao-irregular-de-jo-3657930.html

Ao invés de perda de ponto, eliminação na Copa do Brasil 

Novo Hamburgo foi eliminado da Copa do Brasil em agosto deste ano por escalação irregular do meia Preto em jogo contra o ABC-RN, em 30 de julho.

http://gaucha.clicrbs.com.br/rs/noticia-aberta/novo-hamburgo-e-eliminado-da-copa-do-brasil-pelo-stjd-111834.html

Estes são apenas alguns casos que utilizei para ilustrar. Como eu disse anteriormente são casos diferentes. A lei deve ser cumprida por todos. Clubes, jogadores, Federações e Confederação. Simples, não é mesmo! Mas parece que alguns tem dificuldade em entender isso.

Na pesquisa me chamou a atenção que os clubes informavam que o erro não havia sido só deles. Se isso não ocorreu só com eles, não seriam todos obrigados a cumprir a regra?

No ano passado o site Futdados fez um breve relato de todas as punições por irregularidades desde 2003, com o Campeonato Brasileiro já por pontos corridos. Vale a leitura: http://futdados.com/pontos-corridos-o-tribunal-e-a-transferencia-de-pontos-desde-2003/

Outras matérias podem ser conferidas:

http://globoesporte.globo.com/to/noticia/2014/10/sparta-perde-seis-pontos-por-escalacao-irregular-na-segundona.html

http://portalnoar.com/icasa-ce-e-excluido-da-serie-b-pelo-stjd-e-abc-e-america-podem-perder-pontos/

http://globoesporte.globo.com/futebol/times/cruzeiro/noticia/2013/12/stjd-absolve-cruzeiro-que-nao-perde-pontos-por-suposta-escalacao-irregular.html

domingo, 23 de novembro de 2014

#QLQRUA: Em meio ao dilema, ela busca a paixão pela vida

Imagem da internet
A chaleira em cima do fogão apita avisando que a água esta fervendo. A casa segue com as janelas fechadas, mas há claridade. A luz do sol invade o local pelas poucas frestas e pelo vidro de uma das janelas. Ela esta parada com os olhos vidrados e parados. O foco esta em algo na rua que ela enxerga por aquela janela de vidro, mas ela nada vê, simplesmente porque a sua atenção não está em nada material. O corpo escorado na parede e o peito mostra um respirar complicado. O longo cabelo loiro escuro está despenteado e a longa franja tapa metade do rosto. Ela está e não está ali.

Dentro dela habita um ser perdido em desilusões, sonhos, amores, falta de esperança. Questionava a fé, a vida, os rumos que ela dá. Era impossível ser feliz naquele momento, era difícil ser infeliz. Nada, ela não sentia nada: nem alegria nem tristeza. Só havia angústia. Muita por sinal.

Momentos de transição nem sempre são fáceis de lidar. Tudo muda de repente, as pessoas desapontam, mentem. Quando as coisas se alteram na vida, apenas a tranquilidade ajuda no novo rumo que a história de um humano faz. Não era o caso dela. Ela ansiosa pela mudança, tinha medo de deixar tudo para trás. Tomou horror por alguns que durante anos considerou parte de sua família, de seu corpo. Não ódio, apenas nojo. Não sabia o que tinha feito para criar neles tamanha desilusão. Não entendia o motivo de a odiarem, se ela não fazia nada para que isso ocorresse. Aceitava, contudo não entendia.

A chaleira continuava a dar o seu sinal. Ela seguia ali em busca de entender tudo o que se passava. Não com os outros, e sim com ela. Procurava novos sonhos, resgatar os velhos, tentava sentir de novo a paixão pela vida, aquele calor... Buscava um sentido.

O cachorro latiu e lá fora o homem gritou: _Oh, carteiro!

Num susto voltou ao mundo real. Piscou rapidamente, olhou para a cozinha e viu a chaleira. Correu desligou o fogo, passou o café. Bebeu, comeu um pão. Lavou a louça. Foi tomar um banho e se arrumou para o trabalho. Com pressa pegou a bolsa e saiu rapidamente. O mundo não para só porque alguém tem um dilema dentro de si e ela sabia bem disso.

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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Leia e tenha surpresas

montagem
Leia e tenha surpresas. O terceiro livro da saga não perde em nada para os dois anteriores. Li  em alguns blogs de literatura de que a história era mais devagar que as duas primeiras. Discordo totalmente, pois este enredo de calmo não tem nada. Que calma teria uma história no qual Alexia parte para a Itália em busca de respostas para a sua gravidez, motivada pela raiva de que está do marido e querendo provar que ele está errado enquanto vampiros tentam matá-la?

O Alfa passa boa parte da história de ressaca enquanto o Lyall tenta botar a família e Londres em ordem. Esqueça boa parte do que sabia sobre o professor, pois o Beta se mostrará tão decidido quanto o líder. Ivy dará indícios de que é muito mais do que apenas uma moça bobinha. Enquanto Genevive mostra outros dotes. Floote o pacato empregado. Ledo engano! Neste livro começamos a entender o relacionamento que ele tinha com o pai de Alexia e ele mostra muitas outras faces. Mas acredito que apenas nos próximos livros o conheceremos mais.

Nesta obra a Sr. Maccon encontra-se com os templários e é neste cenário que ela passa o pior atentado por parte dos vampiros e de mais alguns personagens.

Sabe o lobisomem Gama? Aquele de nome gigantesco, entojadinho, de fucinho em pé e que comanda o exército? Pois é, ele mostra outro lado, muito necessário.

 Lord Akeldama não aparece em boa parte do enredo e quando aparece tem algumas surpresas. Ganhará uma senhora responsabilidade e terá uma que não o agradará.

O jovem zangão Biffy, o preferido pelo Lord, irá sofrer a mutação e virará um imortal. Vampiro?

Bom, isso só quem ler vai descobrir... Apenas digo, não será tempo jogado fora.

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Para quem não sabe a saga O protetorado da sombrinha é composta por cinco livros, da autora Gail Carriger. No Brasil a editora é a Valentina e até agora apenas as duas primeiras obras forma lançadas. A previsão da Valentina era lançar o terceiro até o final deste ano, mas ao que tudo indica é de que isso só ocorra no ano que vem.

A série é um romance Steampunk e tem atraído fãs ao redor do mundo.

Esta e outras resenhas podem ser vistas no meu perfil do Skoob.

#Resenhas

Como assim vai acabar o chocolate????

Os jornais vira e mexe publicam que a demanda por procura por chocolate é maior do que a produção. Além disso, o tempo seco tem prejudicado os cacauzeiros nos principais países produtos, no continente africano.

Não posso negar que essa notícia me dá um desespero. Afinal, chocolate é um dos poucos doces que como. Ai, Jesus!





sábado, 15 de novembro de 2014

QLQRUA: O malandro que saiu do livro



Poderia ter sido apenas mais uma ida relâmpago ao Centro, daquelas que só servem para ir direto a determinada loja, comprar o que se precisa e voltar para casa, mas não foi. Em uma pequena viagem de 45 minutos é provável que algo possa acontecer, porém também é possível que nada aconteça. Em um dia nublado e de temperatura amena que causava sonolência em que pegava o coletivo  a última alternativa era a que prevalecia.

Quando menos se esperava na parada da Redenção sobe no ônibus um senhor que aparentava seus 70 e poucos anos, vestido de branco, sapato da mesma cor com bico fino e chapéu Panamá. Até então tudo bem, ficou parado como quem busca equilíbrio e quando o coletivo parou prossegui até os bancos do fundo. Durante a sua passagem parava e brincava com os bebês que estavam no colo de suas mães e todos riam para aquele senhor vestindo branco.

Seu andar era bossa, malandro como o seu sorriso. Poderia-se dizer que era carioca se não fosse o sotaque forte de gauderio da capital. A cada passo, sorriso ou fala daquele senhor me fez lembrar dos personagens de livros e contos que lia quando eu era criança e falavam do malandro da década de 20 do século passado.

Parei em frente ao velho (apenas modo de falar) observando-o hipnotizada, pois era como se os meus personagens prediletos tivessem tomado forma e se personificado bem ali na minha frente. Não era o malandro novo, agora ele já é avô, mas naquele momento não dei bola para isso.

Boa parte das pessoas nem vai dar bola para fato e no ônibus sei que ninguém reparou, contudo a experiência de ver um personagem de livro pegando coletivo e andando todo bossa com seu chapéu Panamá foi única. O engraçado foi que a minha pressa era de chegar até a Feira do Livro, contudo o roteiro ficou melhor com  vovó malandro.

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Este texto foi originalmente publicado em  15 de novembro de 2011 durante a Feira do Livro.

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sábado, 8 de novembro de 2014

#QLQRUA: Três problemas que buscam ser resolvidos no Procon

Banco de imagens
O telefone mudo, reclamações que chegam. Perda de clientes e de serviços, este é o cenário que aquele homem vive. Há meses vem reclamando de defeitos na sua rede de telefone. Fazer uma ligação era difícil por causa dos ruídos. Mas nesta última semana o telefone está mudo. Completamente, mudo.

Não é primeira vez que isso ocorre, segundo ele mesmo informa em um guichê do Procon. Na outra vez que o telefone deu problema a fornecedora do serviço levou duas semanas para fazer o conserto. Cansou, quer cancelar o contrato, porém não consegue. Cada vez que ele tenta realizar o procedimento via telefone a ligação cai. Pela internet dá erro. Na loja da empresa informam que o cancelamento não pode ser realizado ali.

O empresário não está sozinho. Alice está há dias pedindo para que o site faça a troca do celular que ela comprou e veio com defeito. A jovem conta que o telefone não liga, que fez a solicitação dentro do prazo estipulado pelo e-commerce, porém não foi resolvido. Fará um mês que ela comprou o produto e não pode usar.

Maria Júlia está insatisfeita. Recebeu três cobranças indevidas no cartão de crédito. O serviço que está sendo cobrado não faz parte do seu pacote bancário, nem foi pedido pela mesma. Ela não só quer o cancelamento como quer o dinheiro de volta.

Os três se encontram no Procon. Os três insatisfeitos, e com razão, não estão sozinhos. De acordo Procons de todo o Brasil, só no ano passado, cerca de 2 milhões de reclamações foram realizadas.  A maior parte delas é de reclamações de cobrança indevida.

O número de denúncias é superior aos anos anteriores a 2013. As pessoas assim como o empresário, Alice e Maria Júlia tomaram coragem de procurar informações e procurarem seus direitos. Agora as empresas ou aprendem a prestar seus serviços corretamente ou continuaram a ganhar multas de presente.

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sábado, 25 de outubro de 2014

#QLQRUA: Mamãe descobriu a internet

Turma da Mônica
Mamãe descobriu a internet. Ainda não anda pelas ruas wébicas  com tanta tranquilidade como os filhos. Sabe o que é Twitter, porém prefere não usá-lo ainda, não te coragem. Prefere o Facebook , já que pela rede social pode compartilhar imagens fofinhas, foto dos filhos, dos sobrinhos e dos afilhados, além de poder jogar aqueles games coloridinhos.

Papai não curte muito se aventurar nas novas tecnologias. Não é que ele não goste, mas acha que é complicado de mais. Esta sempre com o celular no bolso. Prefere os modelos mais simples, nada de elaborado. "Istamim o quê? Remédio?", questiona ele ao ouvir falar do aplicativo de fotos. Para papai aprender a mandar um 'sms' foi uma tarefa bastante complicada. Mais que aqueles malditos cálculos de matemática que se aprende (ou não) no colégio e que ele sabe bem como fazer (vai entender).

O titio já navega com mais tranquilidade. Porém, a algum tempo atrás andou visitando um site pornô e clicou em um banner. Nossa, que confusão... A clicadinha inocente infectou o computador, para desespero da filha que compra pela internet, fúria da titia que ficou irritadíssima ao saber o tipo de página que ele andou acessando, e para as gargalhadas da gurizadinha que não pouparam as piadinhas. Titio manda e-mail, acessa o Facebook, contudo, o que ele mais gosta é o bom e velho joguinho de paciência.

Na casa da esquina um senhor por volta dos 80 anos também tem se interessado pela internet. Para ele é uma coisa mágica. Manda carta rapidamente. "Coisa boa essa coisa de e-mail", comemora. Ele aprendeu a usar o computador com o neto. É viúvo a cinco anos e adivinhe! Ele arranjou recentemente uma namorada em um site de relacionamento. Anda felizão. Usa o Twitter direto, mesmo que algumas postagens sejam dignas de fazer um dos netos alertarem "vô isso não se publica".

A vovó, uma senhora de 70 anos que adora ser chamada assim, vai todas as quintas-feiras em um curso de informática na Paróquia da região. Ela tem uma neta morando nos Estados Unidos e percebeu que pelo computador pode falar com mais tranquilidade com jovem. Para vovó a tecnologia aproxima quem está longe. Além disso, ela odeia ficar de fora dos assuntos e dos costumes mais modernos.

Cada um em sua casa, cada um estilo. Ninguém mais quer estar de fora disto que chamamos de tecnologia. A internet faz parte da vida de todos e quem não se adapta acaba ficando de fora.

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sábado, 18 de outubro de 2014

#QLQRUA: Ela secretária, ele segurança noturno

DR já não existe mais/ Imagem: Pintando e Colorindo
Ela acorda cedo para ir ao trabalho e ele chega de madrugada quando a esposa já está pronta para sair. Ele é segurança e trabalha durante a noite. Ela é secretária em uma empresa de grande porte. Mesmo cansado ele faz questão de manter o convívio com a mulher. Ela acorda uma hora mais cedo para conseguir se vestir, maquiar e ficar um pouco com o marido.

Toda manhã eles bebem café juntos. Aproveitam os trinta minutos para colocarem o papo em dia. Contar fofocas um para o outro. Prestar elogios e nunca esquecem de dizer "te amo", um para o outro.

Ela lhe beija a face e os lábios. Escova os dentes e sai apressada. Toc, toc, toc. Faz o barulho do salto fino dela nas calçadas da vizinhança.

Ele a acompanha sempre até o portão e espera até o momento em que ela dobra a esquina e desaparece de sua visão. Entra e fecha a porta. Se dirige ao banheiro e toma um confortável e rápido banho quente. Neste momento é quase impossível não fechar os olhos. Em direção a cama ele verifica se o ambiente está escuro. Nem uma luzinha, temperatura ideal. Acabou-se. Cai na cama e dorme durante a manhã toda.

A tarde chega, ela no escritório atende telefones, marca reuniões, faz relatórios... Ele acorda e olha ao redor. Vai ao banheiro, escova os dentes e lava o rosto. Agora é hora de por a casa em ordem.  O homem sai do quarto e vai para a cozinha. Abre a geladeira e esquenta a comida (que foi o jantar de ontem). Almoça, lava a louça e pega a vassoura. Hora da limpeza.

Já é quase 17h quando ele termina. O lar do casal está organizada. Um brinco! Ele vai para a padaria e na volta prepara o café. Corre, vai até o quarto prepara tudo. Toma um banho, põe a roupa, perfume e penteia o cabelo. Faz isso todos os dias. Dia sim e dia não, é o uniforme a roupa padrão. No meio disto é a folga e por isso o vestuário é mais caprichado.

A mulher chega, lava as mãos. Vê o café caprichado que o marido preparou. O chamou e o elogiou. Disse que ao esposo que ele havia se superado (diz isso quase sempre). Os dois aproveitaram, afinal hoje é dia de folga. Amanhã ele beberá o café da tarde com ela e minutos depois sairá para o trabalho.

A rotina diferente do casal cansa, eles reclamam, mas entendem que devem fazer o possível para amenizar os impactos. Afinal no momento eles não tem outra forma de sobrevivência. DR eles já nem sabem o que é isso. O pouco tempo que passam juntos é para pôr os assuntos e também o namoro em dia. Há os que dizem que a rotina se adapta ao amor, contudo para estes dois quem se adapta a rotina é o amor que um sente pelo outro.


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Blog fofo e gostei

Eu sou bem chata para blog de moda e que trata assunto de mulher. Não gosto da maioria dos que me apresentam, pois detesto textos superficiais, cheios de mimimi e etc. Também não curto aqueles textos feministas extremos que não conseguem enxergar o talento em humanos do sexo masculino. Sou feminista, mas antes de mais nada anti-sexista.  Mas certamente tu deves estar te perguntando o porquê eu escrevo isto. Eu explico.

Participo de um grupo de blogueiros, no Facebook. Tem dias que eu entro lá e dou uma stallkeada no que o povo posta. Tem uns que gosto, comento e outro nem tanto. Mas tive um grata surpresinha. O blog Coffe Whith Tati é voltado para o público feminino. Traz dicas de moda, arquitetura, comidinhas e também outros assunto. É todo rosinha delicado e tal. Eu poderia me recusar a ler, porém isso seria um ato de preconceito meu, não é mesmo? Então fui lá e bisbilhotei, assim como uma criança faria em frente a uma caixa antiga. GOSTEI do que li!

O conteúdo apresentado por Tatiana Forneck é composto por textos bem maduros, porém não perde a doçura. Ela escreve bem, sem rodeios e deixa claro suas opiniões. As fotos que ela faz com dicas de moda são bem montadas e não tem como fundo lugares esquisitos nem pose bizarras.

Curti mesmo e recomendo a visita, principalmente se quiseres ler um texto fácil e com jeitinho de café da tarde.

www.coffeewithtati.com

FELIZ DIA, Professores!




Eu poderia aqui escrever o nome de todos estes seres maravilhosos que acrescentaram na minha vida muito mais que conhecimento. Também poderia parabenizar todos os meus amigos que escolheram esta profissão, mas eu poderia esquecer alguém no caminho e como não quero machucar ninguém parabenizo pelo dia A GERAL!!!!

FELIZ DIA E ANO TODO!!!!!! Obrigada por aturar tanta pergunta, tanto "eu não entendi", tantos e tantos questionamentos de respostas óbvias (no estilo o que a senhora está passando é para copiar?). Vocês merecem muito mais que um dia, merecem valorização da sociedade.

Com carinho aos meus professores do Onofre Pires, do Ildo Meneghetti, da Famecos, aos meus amigos e também a aqueles que não são profissionais, mas tem sabedoria e talento de professor!

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Observações do domingo de Eleições 2014

Ontem, 5 de outubro, foi domingo de eleições. Eu não iria escrever nada, pois já enchi o Twitter de impressões que tive. Mas decidi hoje a noite que iria fazê-lo apenas para deixar um registro. Não foi a minha primeira eleição para presidente, governador e etc,  é a terceira vez. Contudo, não falarei de mim e sim daquilo que observei.

A lei não permite distribuição de santinhos no dia da eleição. A sujeira neste ano foi menor, mas existiu. Principalmente perto das escolas. Poderia descrever a maioria dos candidatos que tinham suas fotinhos espalhadas pelo chão, todavia não irei fazê-lo, porque prefiro acreditar que jogar papel não chão não atrai mais leitores, pelo contrário. Além disso, poucos se elegeram.

No Twitter: @brunasssz - Santinho no chão perto de escola na J. Oliveira Remião. 
Me chegou a informação de que boca de urna estava sendo feita. Conferi e era verdade. Bem próxima a CEITEC, no bairro Lomba do Pinheiro. Errado quem aceitou o trabalho. Mas para muitos R$50,00 garante o almoço da semana. Quem é o errado? Quem aceita o trabalho porque precisa ou quem contrata mesmo sabendo que isso é ilegal? Difícil escolher.

_Esse, mais, esse... Mais um, um, um, disse o garotinho que catava santinhos com os irmãos.

Sabe aqueles panfletinhos em que o candidato vira um bonequinho de papel? Entre as crianças que juntavam os panfletos estes eram os prediletos.

A menina, provavelmente de 9 anos, pegou os santinhos de diferentes candidatos. Fez um bolinho e disparou? _Tem candidato? Tenho um monte, 'que escolhe'?

_Olha que monte de cachorros. Bem gordinhos. Devem ser das casas em volta.

Alguém escutou a observação de uma jovem que se encaminha para a sessão e largou: _São eleitores da Dona Regina (Becker - primeira dama de Porto Alegre)!

_Ai, menos um problema! A mãe já votou! Disse Brenda, de 8 anos, para a irmã menor. A mãe contou que Brenda pediu para ela e o pai não votarem em ficha suja e os ajudou a pesquisar na internet a reputação dos candidatos.

Em outra seção, Arthur, de 7, chamou a atenção do pai quando ele falou que votou em branco para senador.

_Pai votar em branco não dá certo. A gente tem que escolher quem vai representar a gente.

Diferente dos pequenos conscientes, me deparei com adultos pouco entusiasmados com o pleito. Um rapaz de 20 anos falou que pega o primeiro santinho que achar e vota. Enquanto a Técnica Agrícola de 30 anos explicou que pede ajuda aos amigos, pois não acompanhou as campanhas de perto.

Acabada a votação. Foram algumas horas para a definição dos eleitos. Um resultado que nada agradou foi a reeleição de Luís Carlos Heize. O candidato mais votado foi ator principal do caso de racismo, preconceito e homofobia em fevereiro deste ano.

Nas Redes Sociais as críticas vieram de todos os lados. A esquerda  falou da  mal da direita e o povo de direita mal dos esquerdistas. Houve quem criticou quem vota em mais de um partido. Ora, ora. Crítica, mas respeita. Democracia, meus caros.

Nunca vi uma disputa tão, mas tão acirrada pelo Senado como foi essa do Rio Grande do Sul. Com muita pouca diferença Lasier Martins superou Olívio Dutra e representará o Estado pelos próximos oito anos.

Twitter

Para governador, como já era de se esperar, as pesquisas foram desmentidas pelas urnas. Sartori que passou durante toda campanha em terceiro lugar, venceu e foi para o segundo turno ao lado de Tarso Genro.

Sim, o domingo foi de surpresas. Muitos dizem que o Gigante Voltou a Dormir. Prefiro acreditar que ele acordou, mas ainda está meio sonolento.


sábado, 4 de outubro de 2014

QLQRUA: política nem sempre é um assunto debatido pelas famílias

Foto: divulgação
Nesta manhã li a matéria "O Exemplo vem da bisa",  da jornalista Jeniffer Gulart para o Diária Gaúcho. A entrevista com a senhora de 81 anos chamada Geny Pinto Machado e do bisneto Alison Berchetal Peres mostrava o quão importante é para os mais novos a influência dos mais velhos.

Dona Geny apesar da idade e de um cateter no coração, colocado há um mês, faz questão ir as urnas neste domingo. Ela entende bem o significado da palavra democracia e sabe a falta que ela faz em um País, afinal de contas, ela viveu os 24 anos de Ditadura Militar no Brasil. Incentiva o menino a votar e apesar de ensiná-lo o que e como fazer não diz em quem o jovem deve votar. Ele deve fazer a escolha sozinho e já o fez.

O exemplo vem de casa e é uma pena que muitos jovens não aprenderam com seus pais a importância de votar. Muitos dos adolescentes não acreditam na política e não veem diferença entre o trabalho de um e outro.

Em um junho do ano passado quando muitos foram as ruas protestar senti que os jovens criaram uma consciência política. Mas entre os mais novos isso ainda não é uma unanimidade. Conversando com uma galera de 14, 15 e 16 anos me deparei com "não gosto de política." "Não faço questão de votar". Para eles seja quem estiver no governo não vai mudar nada. De fato, nada mudará se nós não fizermos a mudança.

Votar é mais do que um ato de escolha, é a garantia de que a democracia está a salvo. A diferença não pode ser realizada pelos políticos se não for a população a se mobilizar.

Se estes adolescentes não entendem a importância do voto e porque certamente não receberam exemplos de seus responsáveis. Afinal, em muitas famílias alguns assuntos como sexo, dinheiro e política são tabus e quando são discutidos não são de forma aberta.

O assunto eleições ainda é polêmico em muitos lares, porém a escola poderia suprir essa necessidade. As aulas de história nem sempre são atraentes, mas se elas chamassem mais a atenção dos alunos seria uma mão na roda na hora de explicar o motivo e a importância do voto. As demais disciplinas também deveriam tocar neste assunto. E para ser bem sincera, este papo deve ser feito com as crianças desde quando começam a compreender as coisas.

Se pais, responsáveis e a escola andarem juntas em breve nossos jovens e crianças entenderam que votar é uma responsabilidade necessária. E nós vamos parar de escutar "não toh afim, justifico depois".

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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

E se a gente incendiasse o jornalismo?

Para não esquecer, vale a leitura:




E se a gente incendiasse o jornalismo?

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

QLQRUA: Os 'corujinhas'

Imagem: UltraD
Passou dois sábados e eu não postei nada na série. Não eu não larguei ela de mão, mas ultimamente tenho escrito tanto que de vez em quando tenho que dar uma parada. Vamos lá com a crônica de hoje?! Então, segunda-feira de madrugada e eu aqui escrevendo... Hehehehehe, eu e a noite. Não sou madrugadeira, gosto do meio da manhã, da tarde e da noite. Eu digo que sou meia corujinha. Não sou morceguinha, nem bicho do dia. Apenas tenho um reloginho biológico um pouquinho diferente.

Eu consigo me virar bem, adaptação é complicado, contudo não impossível. Porém o mesmo não ocorre com muitas pessoas.

Certa vez li em artigo do Buzz Fed sobre coisas que só quem acorda tarde entende. Me surpreendi com os comentários. Muitos diziam a mesma coisa: me chamam de preguiçoso, de vagabundo, de dorminhoco. A grande parte reclamava da dificuldade que algumas pessoas têm de entender que alguns humanos funcionam em horário inverso. Tem gente que trabalha bem a noite enquanto outros de manhã.

Pensando em tudo isso e lendo bastante sobre percebi que os noturnos não são raros, ou seja, existem aos milhares, Só a aceitação que parece complicado.  O ruim é que estes 'corujinhas' têm dificuldades de se adaptar as rotinas convencionais e até problemas de saúde podem aparacer nestes.

Acredito que o que leve as pessoas a pensarem assim dos noturnos é a própria rotina social que vivemos desde sempre (eu acho). Tem também a mania de querer que todo mundo seja igual. Existe ditos populares sobre isso. O famoso "Deus ajuda quem cedo madruga" é irritante.  Se isso fosse verdade não existiriam donos de bares, boates e afins, ricos.

Em toda a rua, certamente, há um noturno trabalhando a luz do luar. Assim como deve haver aqueles madrugadores que acordam com toda a energia com o primeiro raio de sol que aparece no céu. Cada qual com um estilo e um reloginho pessoal.

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sábado, 6 de setembro de 2014

QLQRUA: as cocotas livres

Caturritas na natureza/ Foto: web

As cocotas livres encantam. São barulhentas, voam alto em bando e parecem se divertir. De repente me dei conta que até tempo atrás isso não era possível.

Aqueles bichinhos verdes, também chamadas de caturritas, só via em cativeiro. No zoológico, no mini-zoo da Redenção e em casas. Minha avó tinha uma quando eu era bem pequena. Ela falava pelos cotovelos, bicava meus pés para eu brincar com ela, porém um dia ela morreu. Eu não vi, estava em Porto Alegre. Fiquei sabendo em uma viajem no verão. Depois de anos minha avó teve outra. A mal-humorada. Ela conversava e tudo, mas odiava sair da gaiola e detestava que tocassem nela. Meu avô dizia que a danadinha era temperamental.

Via também em casa de amigos e de conhecidos, mas livre só vejo a pouco tempo. E para ser sincera são muito mais belas.

Na PUCRS há uma grande família. Moravam em uma árvore perto da Faculdade de Engenharia. Aqui perto da minha casa têm algumas. No começo eram quatro, depois eram seis e pela última vez que parei para olhar e contar eram oito. A família cocota cresce a largos passos. E todos os dias passam fazendo bagunça, bem lá no alto pela manhã. Ao meio-dia elas voltam, acho que vão almoçar, kkkkkk. Depois vão para algum lugar e no final tarde rumam ao ninho.

Como tenho passarinhos elas passam sempre pela minha casa cantando. Acredito que esperando a resposta dos periquitos.

Certa vez elas pousaram em uma árvore baixa. Tinham um tom de verde tão vivo e tão forte que era admirável. Pareciam muito saudáveis e bem gordinhas. Diferente das que já vi em cativeiros.

Nada como a liberdade para deixar o ser mais belo. Nada como os animais para tornar os dias mais agradáveis.

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Leia mais crônicas da série #QLQRUA

sábado, 23 de agosto de 2014

#QLQRUA: A procura...

image

Sentiu falta de post da série Em qualquer rua?! Desculpinha...

Estou em busca de novas histórias e elaborando outras. Fique atento no próximo sábado tudo volta ao normal.

Beijo :*

domingo, 17 de agosto de 2014

#Conto: Os assassinatos da Rua da Praça - Final

Leia as partes anteriores da história.

Os dias se passaram de forma lenta e gradual. A tarde caia de maneira amena e um belo pôr do sol, que anunciava a chegada da primavera, encerrava aquele dia. Em meio ao burburinho das pessoas ouviu-se um tiro. O barulho vinha dos fundos da igreja. Alguns corajosos foram até lá verificar o que havia acontecido e quando chegaram viram o investigador caído no chão. Alberto tinha levado um tiro na cabeça. No horizonte as pessoas que foram socorrer o pai de Aninha viram um homem correndo e entrando em um carro que saiu em disparada. O carro provavelmente atingiu uns 140 ou 160 quilômetros por hora. As testemunhas não conseguiram definir muito bem a velocidade exata que o veículo poderia ter atingindo, pois a prioridade era salvar a vida do investigador, já que ele era um homem querido por todos os moradores daquela região. Algumas pessoas que presenciaram o fato disseram que o criminoso lembrava muito o delegado.

A polícia chegou junto com a ambulância. Quando os enfermeiros foram colocar Alberto na maca perceberam que nas mãos dele havia um envelope. O objeto foi entregue a outro investigador, porque o delegado não estava presente no momento. No envelope estava o laudo que continha os resultados das causas de mortes das vítimas do vampiro. Em meio aos textos um chamava a atenção:

[...] Os crimes foram cometidos por um homem que provavelmente possuí uma doença patológica chamada vampirismo. Quem sofre desta patologia consome sangue e são conhecidos como hemofágos. Em alguns casos são capazes de cometerem crimes para conseguirem o que querem.

O DNA do assassino encontrado nas vítimas é de um hemofágo e não é compatível com nenhum dos principais suspeitos. Com 99,99% de negatividade [...].
O investigador foi hospitalizado entre a vida e a morte. Sobreviveu bravamente e os médicos consideraram um milagre ele não ter ficado com sequelas. Ao acordar e recobrar os sentidos a primeira coisa que disse era que sabia quem era o vampiro e também quem tinha tentado matá-lo. O delegado, por sua vez, desapareceu sem deixar rastros. Ninguém mais o encontrou e muito menos ouviu falar nele depois daquele dia em que o investigador sofreu o atentado.
Aos poucos a cidade e a Rua da Praça retornaram aos seus ritmos normais. Sumiram o vampiro e os corpos mutilados.

(Bruna Santos de Souza. Porto Alegre, de julho de 2009 a 26 de julho de 2011)

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

#Conto: Os assassinatos da Rua da Praça - parte 8

Leia as demais partes da história.

X estava com Eduardo e se afastou dele para urinar no banheiro público que havia no local, quando voltou viu o amigo já morto e tendo seu sangue bebido pelo vampiro. Como se escondeu, ele conseguiu identificar quem era o assassino, mas o vampiro não o viu.

O rapazote reconheceu quem era o criminoso e ficou com bastante medo. Não era qualquer pessoa da cidade, o bandido tinha certa influência na região. Ele não poderia contar o que viu para a polícia seria muito arriscado.

Contudo, X conhecia Aninha desde criança e sabia da índole de Alberto. Tomou coragem e chamou o pai da amiga para uma conversa séria, sem testemunhas. Fez questão de revelar tudo que havia visto na noite anterior, desde que não s e falasse o nome dele a polícia, principalmente ao delegado. Após dizer tudo que sabia ao investigador, X desapareceu. Foi embora da cidade com a família.

Uma note após a confissão de X, o investigador foi até a delegacia de uma forma tão sutil que os três policiais que faziam o plantão nem perceberam a entrada dele. Já na sala do delegado ele vasculhou os armários e encontrou os laudos dos exames. Chegou a uma conclusão terrível.

Diego mesmo morando em outra cidade teve a sua prisão decretada, já que tinha voltado a ser o principal suspeito. Maria Aparecida continuava presa.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

#Conto: Os assassinatos da Rua da Praça - parte 7

Leia as partes anteriores do conto.

Diego era simpático, querido, mas também possuía um humor sarcástico. Na segunda semana em que esteve preso, ele revelou que Maria Aparecida também havia ido à casa do velho antes dele.

_Ela estava saindo da casa, eu vi quando passei pela casa. Eu estava indo até a padaria comprar um bolo para comemorar o aniversário da minha sobrinha. Depois dos relatos, o delegado pediu que ele repetisse a história ao escrivão.

Maria Aparecida foi presa para averiguações. Ela confirmou a história, mesmo assim Diego não foi libertado. O rapaz só saiu de lá quando apareceu na cidade a namorada que ele havia arranjado durante a viagem. Ela confirmou a história de Diego e tinha uma forte prova: estavam grávida dele.

Alberto estava ansioso, depois de meses os resultados da investigação estariam prontos. Assim saberiam em breve quem era o vampiro que vitimou três pessoas. Os resultados estariam prontos bem antes, mas o delegado esqueceu, no início das investigações, de acrescentar certos dados em algumas amostras de sangue dos assassinados. Essas faltas de dados fizeram com que os resultados das amostras demorassem o dobro do tempo para ficarem prontas.

Depois de um mês, os resultados com as indicações do provável assassino chegaram à delegacia, porém o pai de Aninha não tomou conhecimento disso. Os documentos foram muito bem guardados.

Quando tudo parecia estar ficando calmo eis que outro crime ocorreu, tão cruel quanto os demais. O rapaz morto nem ao menos teve tempo para se defender. A vítima se chamava Eduardo e tinha 16 anos. Era estudante do ensino médio, cursava o primeiro ano. Era noite e ele estava na praça fumando maconha. Esse assassinato se diferenciava em um ponto dos demais. Tinha uma testemunha.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

#Conto: Os assassinatos da rua da praça - parte 6


Chegando na casa dos pais de Diego, Alberto conversou com a irmã dele e questionou sobre onde o homem estava. Sem saber o motivo da visita, ma muito desconfiada, a mulher explicou que o irmão tinha viajado para a capital. Ia fazer uma visita a prima que estava grávida, e só voltaria na próxima semana.  O investigador, então, explicou o que motivou a visita. A mulher ficou perplexa ao saber do assassinato do velho. 

Duas semanas se passaram e Diego não retornou da viajem. O fato é que fez as suspeitas recaírem com mais força sobre o jovem rapaz. 

O inquérito policial estava prestes a ficar pronta e o clima na região estava ainda mais tenso. Ninguém mais dormia sossegado. Quando anoitecia nenhuma viva alma era vista na rua, era como se houvesse toque de recolher. Instaurou-se naqueles habitantes uma espécie de medo coletivo e de desconfiança. Aquelas pessoas passaram a desacreditar até mesmo nas suas próprias sombras.

Diego retornou a cidade e logo depois descobriu que era o principal suspeito dos assassinatos em série. O delegado sabendo da chegada do jovem foi decretado a prisão dele.

_Não fui eu! Exclamava o rapaz. Mesmo assim foi preso.

Em depoimento, Diego contou-me ao delegado que havia ficado na outra cidade, na qual mora a prima, por causa de uma garota, por quem se apaixonou. Só voltou para casa dos pais para pegar as suas coisas e avisar pessoalmente para a família que não iria mais morar com eles. Pois aceitou o convite dos tios, iria morar com eles para ficar perto da namorada. Mesmo com a explicação ficou preso.


domingo, 10 de agosto de 2014

#Conto: Os assassinatos da Rua da Praça - parte 5


Diego foi à casa do velho Jurandir como a irmã pediu e lá passou algumas horas. Maria Aparecida também foi visitá-lo e levou uma panela de sopa para aquecê-lo, porém a visita foi rápida e demorou apenas alguns minutos.

Dois dias se passaram e ninguém sabia noticias de Jurandir. A casa estava com as janelas fechadas e o jardim mostrava que não havia sido limpo. Diego sempre prestativo foi até o imóvel do velho para saber se ele estava lá e se precisava de alguma coisa. Chegando lá viu que a porta dos fundos estava aberta e o cheiro que emanava lá de dentro não era nada agradável. Espiou pela fresta e saiu de lá como se nada tivesse visto e nada tivesse acontecido.

Quando a noite chegou as notícias sobre o desaparecimento de Jurandir já haviam tomado conta da rua. A polícia sabendo resolveu procurá-lo. Começaram pela casa atrás de pistas sobre o paradeiro do idoso. O delegado acreditava que o velho poderia estar em um hospital ou até mesmo na casa de um parente, que os moradores dali desconheciam. Nada poderia ser descartado.

Ao chegarem à casa de Jurandir, os policiais perceberam que uma das postas estava aberta. Quando entraram viram que o velho estava jogado no chão da sala, morto em meio a uma poça de sangue. Sem tocar no corpo, apenas ao observá-lo, Alberto percebeu que no pescoço de Jurandir estava marca de uma profunda mordida, semelhante aos outros dois casos.


O investigador ficou sabendo que Diego tivera no imóvel durante a tarde e que certamente viu o corpo. Desconfiado ele foi, acompanhado de mais três policiais, até a casa do rapaz em busca dele. Alberto queria saber o porquê Diego não informou a polícia sobre o morto.

sábado, 9 de agosto de 2014

#QLQRUA: O olhar

Imagem da internet
O olhar dela para ele gera dúvida. Não nele, mas nela mesma. Ele tem certeza e demonstra isso no olhar. Quando os dois olhos se veem mandam recados uma para outro. Um avisa não chega perto, não sei o que quero. O outro avisa eu sei que te quero, mas não sei se tão perto, tenho medo.

Ora em meio a essa indefinição do jovem futuro casal quem observa a cena dá aquela olhadinha para cima e larga um aff (como se ela mesma nunca tivesse passado por aquilo um dia). Acha tudo uma perda de tempo.

Do lado se concentra um pequeno grupinho de amigos que ao verem tudo que acontece conversam e tecem comentários, porém sem abrir a boca apenas, adivinhe, com os olhos.

Sim, meus caríssimos a crônica de hoje é sobre um mecanismo que aprendemos a usar antes mesmo da fala, o olhar.

Quem nunca fez a carinha do Gato de Botas do Shrek  que atire a primeira pedra. Os olhos comunicam muito e em muitas vezes falam melhor que nossas bocas. O olhar que emitimos para alguém para salvar nossas peles, para comentar algo que achamos esquisito ou simplesmente como arma de sedução é uma arte primária que dominamos ainda pequenos.

Olhas pidão. 
Engana-se quem lembra dos olhos apenas com a função de enxergar. Costumo dizer que eles tem uma missão muito maior. Muitas vezes é com eles que emitimos nossos pensamentos. Incluindo aquele que não queríamos de forma alguma que fosse exposto.

Muitos poemas que li falavam da beleza dos olhos, mas poucos mencionam a importância do olhar. Olhos e olhar não são a mesma coisa. Olhos são aquilo que usamos para ver, o olhar que usamos para nos comunicar. Quando estamos felizes nossos olhos brilham, dirão. Correto, mas o que aquele brilho demonstra? Que estamos felizes, ou seja, aquele brilho é uma forma sutil de olhar.

Mas lembre-se, um olhar pode ser demasiadamente revelador. Assim como também esconder muita coisa. Nos olhares podemos perceber diferentes personalidades das pessoas e até mesmo dos bichos. Ninguém tem o olhar igual ao mesmo tempo que todos tem muitas singularidades.

Para finalizar uso uma frase do poeta Mário Quintana.
"Quem não compreende um olhar, 
tampouco compreenderá uma longa explicação."
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Leia as demais crônicas da Série Em qualquer Rua.


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

#Conto: Os assassinatos da Rua da Praça - parte 4

Leia as primeiras partes no link

Alberto e os demais policiais, em torno de oito, foram até um beco escuro, afastado das casas, pois suspeitavam que os gritos viessem de lá. Ao entrarem na ruela viram que lá estava uma mulher alta e bem arrumada, parecia que estava indo para uma festa antes de ser assassinada. O corpo estava no chão e nas mãos dela havia sinais de quem lutou com alguém para sobreviver. No pescoço da vítima marcas de dentes, similares aos encontrados no corpo do homem assassinado anteriormente.

Já na delegacia o investigador concluiu que este assassinato estava ligado ao do primeiro homem encontrado. O caso estava cada vez mais enrolado. O criminoso não tinha um tipo específico de vítimas, não existia suspeitos e as únicas provas eram as marcas profundas de dentes em ambos os mortos.
Passou uma semana e não houve mais nenhum caso de crime na Rua da Praça. No entanto a polícia descobriu que tanto o homem tanto a mulher eram desafetos de dois moradores daquela rua.

O homem havia sido fiador de Maria Aparecida quando ela comprou a casa que morava. Como ela pagou apenas metade do financiamento, quem arcou com o restante da dívida foi ele. Esse homem estava cobrando a dívida de Maria Aparecida já fazia alguns meses. Já a mulher era enfermeira e cuidava da filha doente do velho Jurandir. Ele não suportava a enfermeira desde a morte da menina, tanto que a culpava pelo fato ter acontecido. Para Jurandir os cuidados da mulher não foram o suficiente para evitar a morte da filha.


Mais uma vez o tempo passou e com ele o medo dos moradores desaparecia e a rotina destes voltava ao normal. O velho Jurandir estava muito doente. Adquiriu uma forte gripe e por causa da idade o estado de saúde do idoso não era bom. A irmã de Diego com pena do homem fez um bolo para ele, mesmo sem conhecê-lo muito resolveu fazer este agrado. Com o bolo pronto ela pediu ao irmão que ele levasse o presente até a casa de Jurandir. 

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

#Conto: Os assassinatos da Rua da Praça - parte 3


Um mês do assassinato passou. Era inverno. Durante aquela noite fazia muito frio e uma fina neblina descia sobre as casas. Nada de estranho acontecia naquela noite, entretanto a cada barulhinho os moradores corriam para as janelas.  Desde que o corpo foi encontrado, Aninha não conseguiu mais dormir tranquilamente. Naquela noite estava mais agitada que o normal. Sem conseguir dormir foi fazer companhia ao pai, que era o investigador responsável pelo caso do assassinato. Aquela seria mais uma noite que ele, chamado Alberto, passaria em claro tentando desvendar as pistas do crime. 

O silêncio da noite foi encerrado por gritos aterrorizantes. Por conta do horário a maioria das pessoas se encontrava em suas camas, mas com o grito levantaram apavoradas. Entretanto ninguém teve coragem de pôr o pé fora de casa antes de a polícia chegar para averiguar o ocorrido. 

Quando a polícia chegou a rua ficou mais iluminada, em virtude dos faróis dos carros e de lanternas trazidas por eles. Por causa disso muitos dos moradores criaram coragem e saíram de dentro de suas casas para ver o que estava acontecendo ou o que gerou a gritaria de minutos antes. Apesar de bem iluminada a fina névoa cobria o cenário e dificultada a visibilidade. Alberto, pai de Aninha, saiu às pressas de casa e não deixou que a jovem o acompanhasse, ele suspeitava de outro ataque do então criminoso desconhecido. Ele foi até os policiais que estavam na localidade para saber o que estava se passando. Ao cumprimentá-los ele sentiu falta do delegado responsável pela delegacia da região. Ao perguntar aos colegas onde o delegado estava não obteve uma resposta satisfatória. Nem mesmo a esposa do homem sabia do paradeiro do delegado. 


terça-feira, 5 de agosto de 2014

#Conto: Os assassinatos da Rua da Praça - parte 2


O homem morto demonstrava que estava bem vestido na hora que em que foi brutalmente assassinado. Suas roupas estavam rasgadas, o rosto estava desfigurado, os pulsos amarrados e no pescoço marcas de dentes. Quem fora o cruel a cometer aquela barbaridade?

A polícia quando chegou a praça colheu depoimentos de quem estava ali. Isolou o local e chamou-se a perícia. A cena do crime deveria se manter intacta. No boca a boca corria que o assassino só poderia ser um lobisomem. Outras pessoas, contudo, diziam que o ataque tinha sido de vampiro. O medo começou a se instalar e nunca antes as pessoas tinham procurado tanto por livros sobre personagens lendários. Alguns até passaram a sair armados de casa, com alho e crucifixo. E os mais exagerados tinham também estacas de madeira.

Os dias foram passando e a localidade voltou a ter aos poucos sua rotina normal, mas alguns repórteres ainda transitavam pela rua, principalmente na praça, onde foi encontrado o corpo. Para a polícia o mistério continuava, principalmente porque não se sabia a identidade da vítima, nem o que foi motivo para ele ser morto daquela forma. 

Os moradores da Rua da Praça ainda estavam espantados com o crime. Assim como a polícia, ninguém tinha ideia de quem poderia ser aquele homem. Todos estavam muito preocupados, com exceção de três pessoas.

Jurandir era um velho agricultor que morava em uma pequena casa. Largou o campo para poder cuidar da filha que tinha câncer pulmonar. Com o falecimento da menina, ele se tronou depressivo e frio. Era um homem com poucos amigos, e as más línguas diziam que ele enlouqueceu. Jurandir observou tudo o que ocorreu naqueles dias através de uma fresta da janela da sua casa.

Maria Aparecida era do tipo que dizia que não temia nada. Vivia em um imóvel aparentemente simples e do passado dela ninguém sabia nada. Alguns comentavam que Maria Aparecida havia sido presa por matar o marido e depois esquartejá-lo. O fato é que ela nunca negou o caso. Alguns fofoqueiros, mais alarmistas, diziam que a mulher bebeu o sangue do finado marido após tê-lo matado. Porém, tudo não se passavam de boatos de vizinhança e que não se sabe se as informações eram legítimas.

O terceiro, contudo, não era nenhum suspeito padrão. Diego era do tipo cara “brother”, amigo de todos. Vivia em uma casa bastante movimentada. O jovem morava com os pais, a irmã, o cunhado (no qual ele não simpatizava), duas sobrinhas e uma prima (que tinha sido namorada dele na adolescência). Enquanto todos comentavam sobre o assassinato, ele dava de ombros e dizia: _ Vou me preocupar, por quê? Eu nem sei quem era o dito cujo. 

#Conto

domingo, 3 de agosto de 2014

#Conto: Os assassinatos da Rua da Praça - parte 1

Quando eu era criança sonhei em virar escritora, mas quando cresci desisti da ideia. Tive então de escolher uma profissão ou vocação. Escolhi a última opção e virei jornalista. Então descobri que além de curiosidade um bom jornalista é um contador de histórias. Redescobri assim uma mania infantil, a de criar histórias. Publico aqui mais um conto. O segundo de mistério que escrevi. O primeiro foi O político e a prostituta, de 2007. Porém, este é bem diferente, para começar demorei dois anos para por todas as ideias no papel (literalmente, pois foi escrito a mão) e mais três para ter coragem para digitar as nove páginas, sendo um ano para mostrar.

Os assassinatos da Rua da Praça é um conto nada previsível. Mas quem ler com atenção descobrirá aos poucos o grande segredo: quem é o serial killer que mata de forma cruel as pessoas que habitam a rua?

Este texto mostra uma evolução da minha escrita se comparar com o primeiro conto (ainda bem, hehehehe). Espero que gostem.

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 Os assassinatos da Rua da Praça


A noite apesar de escura estava bastante calma e comum, porém alguns barulhos estranhos romperam o silêncio. Estalos altos. Pareciam que os gravetos, que estavam espalhados por causa do outono, haviam sido quebrados por pés pesados. Na rua encontravam-se apenas algumas pessoas que caminhavam apressadas para suas casas, nos becos havia alguns marginais escondidos às escuras. Mas o que eram aqueles barulhos, não se sabia ao certo.

O dia amanheceu um pouco nebuloso. O sol se escondia entre as nuvens e seus raios apareciam de forma tímida. As folhas das plantas havia gotas de orvalho e nos carros a geada da noite deixou suas marcas. A rua, assim como toda a cidade, tomou seu ritmo diurno logo cedo. Pessoas saiam de suas casas com passadas rápidas rumo as paradas de ônibus, carros saiam de suas garagens e o barulhinho entre os estudantes começou, assim que eles saíram para suas escolas e cursos. Muitos reclamavam do frio, contudo uma dúvida pairava na cabeça de todos. O que será que eram aqueles sons esquisitos da noite anterior? Para muitos eram apenas galhos que haviam sido esmigalhados por alguém de corpo mais pesado. Tudo mudou esta ideia após um grito forte de pavor. Aninha estava aos berros.

Aninha era uma pré-vestibulanda e saiu minutos antes de casa enrolada em cachecol e casaco de lã. Apesar de ser outono a temperatura naquela semana marcavam no máximo 10 C°. Ela morava perto da praça que dava nome a região “Rua da Praça”. O local era bastante arborizado e um dos locais preferidos dos moradores. Ao abrir o portão para ir ao cursinho, Pompom, seu cachorro de longos pelos brancos, fugiu rumo à praça. Aninha sem pensar correu atrás do malandrinho e ao pegá-lo em meio às árvores soltou o tenebroso grito.


Muitos correram para ver o que tinha acontecido com a jovem, afinal a menina não era do tipo de se assustar fácil. Apesar da frágil aparência ela demonstrava ter uma personalidade fortíssima. Algumas pessoas que foram até a praça para socorrer Aninham ao chegarem até lá perceberam que a menina estava paralisada, olhando para o nada, pálida. As mãos que seguravam o cão tremiam. Um senhor foi até a garota, colocou a mão no ombro dela e em seguida a abraçou forte, colocando a cabeça da menina em seu peito de forma de tapar os olhos dela. Olhando para as demais pessoas que estavam ali ele pediu para alguém chamar a polícia. Havia um homem morto entre as árvores. 

sábado, 2 de agosto de 2014

#QLQRUA: A menina e seus livros

A menina e seus livros. Uma relação nem sempre entendida pela maioria. Com seus longos cabelos azuis ela vai para a escola e leva debaixo do braço a última publicação da série literária preferida. Não tem muitos amigos, mas os poucos são assim. Trocam alguns passeios barulhentos por locais tranquilos, onde se pode ler.

A guria já foi chamada, algumas vezes, de esquisita, não pela cor dos cabelos, e sim pelo jeito tranquilo de ser. A jovem leitora ainda não sabe bem o que quer ser quando crescer, apenas enfatiza o sonho de ter em casa uma biblioteca.

Imagem divulgada em Redes sociais
Do outro lado do planeta, em um país que vive um dos momentos mais horrorosos na história da humanidade atualmente, uma jovem palestina é tão apaixonada por livros quanto a brasileirinha que descrevi acima. Após um bombardeio, a jovem vai até os destroços de sua possível casa e recolhe do meio do entulho, livros. Fotografada no exato momento que recolhia as obras, teve sua imagem divulgada e compartilhada mundialmente.

A cena lembra muito uma descrita no livro "A menina que roubava livros", no qual a personagem recolhia um livro que sobrou intacto, depois de uma fogueira de livros criada por soldados nazistas.

Em meio ao embate entre Israel e Hammas, quem sofre é o povo palestino. Os números de mortos são alarmantes e até este momento passa dos mil e 600 mortos. Segundo informações da Unicef cerca de 300 crianças são vitimas desta guerra desleal. Crianças e jovens que, assim como a garota dos livros, eram cheios de sonhos, esperanças e gostos.

Imagem divulgada em Redes sociais
Em uma sociedade que não valoriza a educação, chamar um fã de literatura de estranho é algo plausível, infelizmente. Em um conflito político de elevado embate quem sofre é a população. São os jovens que perdem futuros e morrem no presente.

Espero um dia, ansiosamente, em que pessoas que têm gostos diferentes da maioria não recebam  rótulos de anormal, nem quero mais ver crianças que recolhem seus livros e seus pertences de meio de tragédias causadas pelos homens.

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Leia as demais crônicas da série Em qualquer rua . Na semana passada por problemas técnicos não foi possível publicar a série.

terça-feira, 29 de julho de 2014

#Conto: O político e a prostituta - final


Ele entrou na sala do investigador e comentou o que tinha acabado de descobrir e disse:

_O homem preso por tentativa de roubo é suspeito pela grande quantia em dinheiro encontrado com ele. Esse dinheiro só pode ser pagamento, e quem deu para ele foi o vereador que o contratou pra matar a prostituta. Mas por quê?

Essa era a maior dúvida. Por que ele mandaria matar uma prostituta, uma mulher que socialmente não tem valor nenhum?

Misteriosamente uma carta apareceu na delegacia. A carta era direcionada ao delegado da cidade. Nela estava escrito tudo sobre o vereador corrupto e explicava que se misteriosamente aquela carta chegasse até ele era porque quem escrevia estava morta e o assassino só poderia ser o político. Quem assinava era a prostituta.


O delegado ficou boquiaberto...

Porto Alegre, fevereiro de 2007.

domingo, 27 de julho de 2014

#Conto: O político e a prostituta - parte IV


O corpo da prostituta havia sido descoberto, examinado, porém a polícia não desvendou quem poderia ter a matado. O assassino havia sumido da cidade, entretanto foi preso no município vizinho ao tentar assaltar uma loja. Além disso, estava sendo investigado por causa da maleta de dinheiro que carregava na hora do assalto.

As semanas passaram e a investigação contra o político continuava a passos lentos. A polícia tinha arquivado a investigação sobre a morte da prostituta, por falta de provas. E o assassino continuava preso, contudo, só pela tentativa de assalto.

A polícia tentava descobrir de onde o bandido tinha tirado tanto dinheiro em espécie, todavia ele não confessava nem sobre tortura, e ele não passou por poucas.

Apesar disso, houve uma reviravolta no caso.


No carro do criminoso havia um papel com um número de telefone anotado. O número era muito parecido com os números da câmara de vereadores. O delegado que investigava o caso ligou para verificar de onde era aquele número e descobriu que era do gabinete do político que estava sendo investigado por lavagem de dinheiro e tráfico. Folhando os arquivos da delegacia descobriu algo que considerou extraordinário. Foi recolhido junto ao corpo da prostituta um número de celular. O delegado ligou para este número, como fez antes, mas não teve a mesma sorte, já que o aquele número de telefone estava desativado. Porém, não foi difícil para ele descobrir de quem havia sido aquele número. Era do político. Agora, pensou, é só juntar dois mais dois para dar quatro.