imagem meramente ilustrativa |
Tuca, Bolinha, Florzinha, Preta, Monalisa e Mel eram cadelinhas que moravam naquele lugar, cada uma em um imóvel. Para não dizer que todos os bichos dali eram cães fêmeas havia uma gata, chamada Branca.
Não se sabe ao certo o motivo de todos os bichanos serem meninas, talvez pese o motivo de que cadela não faz xixi em planta (as casas com pátio tinham singelos jardins), em roda de carro, nem no portão. Talvez as fêmeas sejam mais dóceis e fáceis de cuidar. Mas suposições a parte, a supremacia feminina imperava nos animais de estimação da rua.
Elas eram bem agitadas e quase surtavam quando Branca resolvia soltar o seu charme felino ao desfilar pelos muros das habitações. Certa vez foi praticamente impossível dormir. Branca estava no cio e resolver juntar seus futuros namorados nos telhados vizinhos. Obviamente que as cadelas não sossegaram e durante uma madrugada inteira ouviu-se latidos finos, grossos e rouquinhos.
Alguns meses depois, a festinha de Branca resultou uma ninhada fofa de quatro gatinhas e um gatinho. O menininho foi adotado por uma moça de uma cidade vizinha, enquanto as filhotinhas ficaram com a dona da gata mãe que de tão apegada as pequenas não doou nenhuma.
A ruela sem saída, conhecida como rua das cachorras, agora tinha seis cadelas e cinco gatas, confirmando naquele local a supremacia feminina absoluta entre os pets.
Leia as demais crônicas da série Em qualquer rua. Espero que gostem =)
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Nota: essa crônica que mais parece conto é algo que aconteceu mesmo. Tenho a noção que não é um dos melhores textos que já escrevi, mas gosto desta história e acho que ela deveria ser contada. Nesta semana que foi tão maluca e que muita coisa aconteceu de boa e de ruim resolvi colocar nesta série essa história bobinha e alegre.